sexta-feira, 20 de julho de 2007

Um bairro pobre, porém nobre



Localizada entre os bairros do Tatuapé e Vila Matilde na Zona Leste de São Paulo, a Penha, até o início do século 20, não passava de um pequeno vilarejo. Com o processo de industrialização e urbanização da cidade o bairro, nos anos 70 apesar do deficiente saneamento básico, da precariedade do sistema de ensino, da saúde e transporte e de apenas algumas das ruas estarem asfaltadas, o comércio local começou a se desenvolver, instalou-se os cinemas Júpiter, Penharama e São Geraldo.
Hoje em dia; os cinemas do bairro já não existem; o bairro residencial transformou-se também em um centro comercial para Zona Leste da cidade, possuindo além das já tradicionais lojas de rua, o Mercado Municipal, um Shopping Center, inaugurado em 1992, e muitos vendedores ambulantes. A Penha, entretanto, guarda ainda vários monumentos de sua história: igrejas, a ladeira da Penha, o prédio onde funcionava o cinema São Geraldo. As ruas e praças que levam nomes de personagens importantes do bairro como Maria Carlota, moradora que muito investiu no bairro nos seus primórdios e Dona Micaela, famosa negra vendedora de doces da virada do século.
A inauguração da estação Penha do metrô, em 1986, deu novo fôlego à modernização, trazendo os desenvolvimentos essenciais para a região, que conta com muitos colégios públicos e particulares, um sistema de transporte considerável, hospitais e bibliotecas.
Os meios de transporte, é um dos pontos fortes da Penha. Privilegiados sentem-se os moradores que têm a disposição ônibus de várias linhas com diversos itinerários. Indagada sobre os meios de transporte, Marisa Eugenio moradora da Penha há 40 anos, diz: “ com relação a transporte não temos muito a reclamar. Fora a qualidade dos ônibus, o resto é bom. Nós temos ônibus que vão para todos os cantos da cidade.”
O metrô, um dos meios de transporte mais rápido que existe na cidade de São Paulo também faz parte da história desse bairro de classes social distintas.
É notável a diferença social nos lugares que se passa. Existem desde condomínio de “luxo” às favelas. Mas as pessoas que são menos favorecidas financeiramente juntamente com as consideradas de classe média alta usufruem desse bem público.
As tradicionais festas de Nossa Senhora da Penha, sempre constituíram um dos grandes atrativos do pitoresco bairro, tanto no passado como no presente.
Como muitos dos bairros que fazem parte da cidade de São Paulo são bairros de classe média baixa e com alta taxa de criminalidade e violência, a Penha não é diferente. É um bairro perigoso de se andar na rua após as 10 horas da noite. Mas por outro lado, é um bairro composto por pessoas solidárias e dispostas a ajudar ao próximo. A questão social é bem vista pelas pessoas. Transformando-se com isso um dos bairros que quem nasce, cresce e constrói a sua história não pensa em sair e os que saem um dia com certeza voltarão, nem que for apenas para uma simples visita e lembranças de um passado que foi vivido intensamente.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Surgimento do crime organizado


O crime organizado no Brasil, surgiu na época da ditadura militar com a junção de presos políticos com presos comuns.
A herança dos militares, no sistema brasileiro, representa um quadro negativo muito além do que mencionei acima. O Brasil sofre as seqüelas e conseqüências de um regime militar até os dias de hoje. Uma das grandes influências negativas que sofremos hoje está na educação que foi deturpada pelos militares.
Talvez, se não tivéssemos o enfraquecimento do ensino público, o Brasil estaria em uma situação melhor tanto em desigualdade social, como em violência, essa, que nos assola a cada dia.
Contribuíram também para o surgimento do crime organizado a abertura da economia brasileira e a globalização. Esses fatores facilitaram o contrabando de drogas, armas, e, principalmente, a movimentação financeira.
O Primeiro Comando da Capital, o PCC, considerado umas das maiores facções do crime organizado hoje no país, teve início no anexo da Casa de Custódia de Taubaté – denominado na época, o presídio mais seguro do estado.
Para defender a camisa do PCC e começar a organizar a facção, também chamada logo no início, de Partido do Crime e de 15.3.3, por causa da ordem das letras "P" e "C" no alfabeto.
A idéia que eles tinham, era de combater a opressão dentro do sistema prisional paulista e também vingar a morte dos 111 presos que ocorreu em 2 de outubro de 1992, marcado como "massacre do Carandiru".
A realidade no Brasil é muito densa e cruel. Não sei até que ponto os traficantes e os meninos do tráfico estão certos ou equivocados na tentativa de sobrevivência. A questão é social. O índice de analfabetismo é muito alto. Aliado a ele, temos a taxa de desemprego altíssima e um sistema capitalista selvagem que beneficia uma pequena parcela da sociedade. Qual seria o destino dos meninos do tráfico? das pessoas que partem para o mundo do crime; senão esse ?
O próprio sistema juntamente com a irresponsabilidade dos bonecos de porcelana do planalto não os beneficiam em quase nada.
A intenção não é justificar; muito menos amenizar o crime ou a ilegalidade, e sim, levantar os motivos pelos quais existem os políticos.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Um soco na letargia


Em um passado recente presenciamos na política um dos maiores escândalos de todos os tempos, o “mensalão” (termo usado pelos jornalistas assim que souberam da notícia que viria a abalar as estruturas do governo). Enganou-se quem pensou que o Lula cairia. Está certo que muitos caíram. Saíram com eles ou eles pediram para sair? Com o passar do tempo esses mesmos políticos que saíram do governo, voltarão e conseguirão se reeleger novamente. Com isso, aconteceram vários fatos: Referendo, deslocamento do Rio São Francisco, o futebol, que exibido sempre as quartas e domingo teve a sua parcela de desvio de atenção: o famoso pão e circo.
O brasileiro, apaixonado por futebol sentiu-se traído pela máfia do apito, que se fosse em tempos de calmaria, na política, não estourava na mídia, não era viável para os homens de preto. Mas, como era em tempos de crise que assustava o alto escalão do governo, a máfia do apito serviu como um prato cheio para desviar a atenção da CPI.
De lá para cá, explodiram varias CPI’s: dos Bingos, caso Renan Calheiros, Apagão aéreo – com direito a declarações estrondosas como “relaxa e goza" da senhorita Marta Suplicy, enfim ...
Não é de hoje, que a sociedade brasileira se deixar enganar pelas falcatruas dos políticos e se firma cada vez mais, como um povo passivo e conformado.
Isso tudo sem haver nenhum tipo de manifestação popular a ponto de derrubar algum figurão. A questão social é vista como algo supérfluo. É preciso haver mudanças. Mais interesse nas questões sociais, mobilização por direitos da sociedade e não se limitar a uma vida passageira; não viver em uma letargia constante. Procurar ser uma ferramenta útil e revolucionária sem viver na inércia de um conformismo. A ditadura acabou; Os tempos mudaram; a tecnologia se renova a cada dia que passa, ao mesmo tempo nota-se a passividade do povo brasileiro. De duas, uma: Ou o brasileiro sofre as seqüelas de um governo ditatorial recente ou a ignorância aliada ao conformismo é o nosso forte.